Como prevenir e tratar diabetes gestacional

Diabetes gestacional: Imagem de Freepik,

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O diabetes gestacional é uma condição caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue que surge durante a gravidez. Ele ocorre porque, nesse período, o corpo da mulher passa por mudanças hormonais que podem dificultar a ação da insulina – o hormônio responsável por controlar a glicose no sangue.

Embora possa acontecer em qualquer gestante, alguns fatores aumentam o risco:

  • Idade materna acima de 25 anos.
  • Histórico familiar de diabetes.
  • Excesso de peso antes ou durante a gestação.
  • Gravidez anterior com diabetes gestacional.
  • Bebê anterior nascido com peso maior que 4 kg.

O diagnóstico é feito por meio de exame laboratorial. Logo na primeira consulta do pré-natal são solicitados os exames de primeiro trimestre, o qual inclui  o exame de glicemia de jejum. Esse teste ajuda a identificar se já existia uma alteração da glicose antes da gravidez ou se há risco de desenvolver o diabetes gestacional. A interpretação dos resultados se da da seguinte maneira:

  1. Se o resultado da glicemia de jejum for maior ou igual a 126 mg/dL, o diagnóstico é de diabetes pré-existente (não é considerado apenas gestacional).
  2. Valores entre 92 mg/dL e 125 mg/dL já permitem o diagnóstico de diabetes gestacional (DMG) no primeiro trimestre.
  3. Quando a glicemia de jejum é inferior a 92 mg/dL, a gestante segue o acompanhamento de rotina e deverá realizar o teste oral de tolerância à glicose (TOTG) entre a 24ª e a 28ª semana para nova avaliação. Esse exame mede como o corpo processa o açúcar após a ingestão de uma solução com glicose.

Se não for controlado, o diabetes gestacional pode trazer complicações para a mãe e para o bebê:

  • Para a mãe: maior risco de pressão alta na gravidez, parto cesáreo e desenvolvimento de diabetes tipo 2 no futuro.
  • Para o bebê: nascimento com peso elevado, dificuldade respiratória e risco aumentado de desenvolver obesidade e diabetes ao longo da vida.

O acompanhamento é fundamental e envolve:

  • Alimentação equilibrada, rica em fibras, grãos integrais e proteínas magras;
  • Atividade física leve a moderada, com orientação médica;
  • Controle frequente da glicemia com exames solicitados pelo médico e monitoramento de glicemia com a fita de HGT;
  • Em alguns casos, pode ser necessário o uso de insulina para manter a glicose dentro da meta.

É importante destacar que se não houver acompanhamento, podem ocorrer consequências imediatas e a longo prazo. Entre as complicações mais comuns, estão:

  • Para a mãe: maior risco de parto prematuro, infecções urinárias recorrentes, aumento do líquido amniótico (polidrâmnio) e maior chance de desenvolver pré-eclâmpsia.
  • Para o bebê: risco de macrossomia fetal (bebê grande para a idade gestacional), hipoglicemia logo após o nascimento, icterícia neonatal e sofrimento respiratório;
  • Para a mãe e o bebê: predisposição a desenvolver diabetes tipo 2 no futuro se não houver acompanhamento e mudança no estilo de vida.

Na maioria das vezes, o diabetes gestacional desaparece após o parto. Mesmo assim, é importante que a mulher continue cuidando da saúde, pois existe maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro. Manter hábitos saudáveis é a melhor forma de prevenção.

O diagnóstico de DMG não deve ser motivo de pânico. Com acompanhamento médico, alimentação saudável e atividade física, é possível garantir uma gestação tranquila e um bebê saudável.

Mariana Marins: Enfermeira, especialista em Saúde da Família e mestre em Ensino na Saúde pela Universidade Federal Fluminense.