Bolsa de colostomia: como funciona e como usar?

Bolsa de colostomia: Imagem de Freepik.

Bolsa de colostomia: Imagem de Freepik.

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A colostomia é um procedimento cirúrgico realizado no intestino grosso que cria uma abertura na parede abdominal, chamada de estoma, e permite a eliminação das fezes por um novo caminho. A bolsa de colostomia substitui a função natural do reto e do ânus, garantindo conforto, higiene e qualidade de vida ao paciente.

Esse procedimento é indicado em situações em que o intestino grosso precisa ser temporariamente ou definitivamente desviado — como em casos de doenças intestinais, traumas, tumores ou complicações cirúrgicas.

A consistência das fezes dependerá da localização do intestino a qual a cirurgia é realizada. Para que elas sejam eliminadas, utiliza-se uma bolsa de colostomia acoplada ao estoma, a fim de coletar as fezes de forma higiênica e segura.

Como funciona a bolsa de colostomia

A bolsa é confeccionada com materiais flexíveis, resistentes e discretos, capazes de conter odores e líquidos, garantindo conforto e segurança ao usuário, visto que as eliminações ocorrem de maneira involuntária.

Ela é fixada ao redor do estoma, geralmente com um adesivo hipoalergênico, formando uma vedação que impede vazamentos e reduz o risco de irritações cutâneas. Existem dois principais sistemas de bolsa:

  • Sistema de uma peça: a bolsa e a base adesiva formam uma única unidade, que deve ser trocada completamente.
  • Sistema de duas peças: a base adesiva permanece fixada à pele por mais tempo, enquanto a bolsa coletora pode ser substituída separadamente, tornando o processo mais prático para algumas pessoas.

Como usar a bolsa de colostomia

A bolsa deve permanecer corretamente posicionada e ser esvaziada ou trocada regularmente. Por isso, os principais cuidados com a bolsa de colostomia são:

  1. Higienização das mãos: lave bem as mãos com água e sabão antes e depois de manusear a bolsa.
  2. Esvaziamento da bolsa: a bolsa pode ser esvaziada sempre que houver necessidade pelo paciente. Isso evita peso excessivo e desconforto, além do rompimento da bolsa.
  3. Troca da bolsa: deve ser realizada quando a placa de resina, que é amarela, ficar praticamente branca — o que ocorre em aproximadamente 4 dias. Veja o passo a passo da troca:
    • Retire com cuidado a bolsa usada;
    • Limpe suavemente a pele ao redor do estoma com água morna e gaze (evite produtos irritantes);
    • Seque bem a pele antes de aplicar a nova bolsa;
    • Posicione a placa ou a bolsa — dependendo se é um sistema de uma ou duas peças — de forma centralizada no estoma, de baixo para cima, e espere aproximadamente 45 segundos para garantir boa vedação;
    • Retire o ar da bolsa e realize o fechamento com o clamp.
  4. Descartar corretamente: jogue a bolsa usada no lixo comum, envolta em um saco plástico.
  5. Verificar a pele: observe sempre a coloração, o brilho ou o tamanho do estoma e se há vermelhidão, irritação, coceira ou feridas ao redor dele. Em caso de alterações, procure orientação profissional.

Cuidados e dicas importantes

  • Troque a bolsa regularmente, conforme orientação da equipe de saúde.
  • Não é necessário tirar a bolsa durante o banho, entretanto quando for realizar a troca o ideal é que seja realizada nesse momento.
  • Use roupas confortáveis — a bolsa pode ser usada discretamente sob as vestimentas.
  • Evite produtos oleosos ou cremes na pele ao redor do estoma, pois dificultam a fixação da bolsa.
  • Faça acompanhamento com um enfermeiro estomaterapeuta sempre que possível.
  • Leve sempre um kit quando sair de casa, para que haja conforto, caso haja necessidade de troca.

O uso correto da bolsa de colostomia garante mais segurança, conforto e autonomia. O paciente e a família recebem orientações ainda no hospital e podem contar com o suporte de profissionais especializados, para tirar dúvidas, aprender técnicas adequadas e adaptar a rotina ao novo cuidado.

Ter uma colostomia não significa perda de qualidade de vida. Com informação, treinamento e suporte, é possível retomar atividades cotidianas e viver com autonomia.

Categorias: Saúde
Mariana Marins: Enfermeira, especialista em Saúde da Família e mestre em Ensino na Saúde pela Universidade Federal Fluminense.