Como funciona a doação de medula óssea?

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Doação de medula óssea: Imagem de Freepik.
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O que é necessário para ser um doador de medula óssea.

O que é medula óssea?

A medula é o material popularmente conhecido como “tutano” que é encontrada dentro de alguns ossos, sendo a “fábrica” do sangue. Ela é responsável por produzir as células do sangue com glóbulos vermelhos (hemácias), brancos (leucócitos) e plaquetas.

Por que ser doador de medula óssea?

Algumas pessoas que convivem com doenças do sangue podem ser curadas com um transplante de medula óssea. Os exemplos de doenças que podem ter como cura o transplante de medula são: alguns tipos de leucemias e linfomas (que são cânceres que afetam o sangue), mieloma múltiplo, aplasia de medula (quando não há produção de células sanguíneas pela medula), entre outros.

Doar medula é um ato de solidariedade que pode ajudar a salvar vidas.

Como é o cadastro de doadores de medula óssea?

Para se cadastrar você deve comparecer ao hemocentro de sua cidade. Os seus dados serão cadastrados no REDOME, que é o registro de doadores de medula. Esse registro serve para achar doadores por todo o Brasil e também pode ajudar pessoas no exterior. Você pode encontrar o hemocentro mais próximo aqui.

Os requisitos para se cadastrar são:

  • Ter entre 18 e 35 anos;
  • Levar documento original com foto;
  • Não ter nenhuma das condições impeditivas, sendo as principais: HIV, Hepatite C, Hepatite B ativa, algumas doenças autoimunes como lúpus e fibromialgia, diabetes em uso de insulina, entre outras.

Confira a lista completa de doenças impeditivas do cadastro e da doação aqui.

Durante o cadastro será apresentado um termo de consentimento que deve ser lido e assinado após todas as dúvidas serem sanadas pelo profissional do Hemocentro e, por fim, será coletada uma amostra de sangue para realização de testes genéticos de compatibilidade (pesquisa de genes HLA).

A partir de então a pessoa já está cadastrada como doadora e poderá ser contactada caso haja algum receptor compatível no Brasil ou no exterior.

O cadastro permanece ativo até os 60 anos de idade, quando não é mais possível doar medula óssea.

A coisa mais importante após o cadastro é manter os dados atualizados, para que seja possível entrar em contato com você. Se isso não for feito, o objetivo principal, que é a doação, não será alcançado.

E se eu for compatível com algum receptor?

Caso haja uma possível compatibilidade, o Redome entrará em contato através dos dados informados, irá confirmar dados sobre sua saúde e poderá solicitar a coleta de testes confirmatórios para a compatibilidade.

Caso seja confirmada a compatibilidade, o doador passa por uma avaliação, pois a doação só ocorrerá se o doador estiver em bom estado de saúde. Todas as providências serão tomadas e custeadas pelo SUS para a realização do transplante como passagem, hospedagem, internação, táxi, alimentação.

A doação é voluntária e anônima, ou seja, a identidade do doador e do receptor são sigilosas. É possível obter dados sobre a saúde do receptor pontualmente. Existe a possibilidade de troca de dados entre receptor de doador após 18 meses do transplante, caso o doador deseje. Havendo consentimento de ambas as partes e da equipe médica, esse contato é possível.

Como é o transplante de medula em si?

A proposta do transplante é substituir a medula doente pela saudável, permitindo que ela volte a produzir os componentes do sangue normalmente. Existem duas formas possíveis. A via será decidida pela equipe médica, em conjunto com o doador.

Uma das opções é através de punção da medula óssea. Nessa modalidade, o médico perfura o osso da bacia com uma agulha para aspirar a medula. O procedimento é realizado com anestesia, em centro cirúrgico.

A outra opção é através do que chamamos de Aférese. Nessa modalidade o sangue é processado em uma máquina para retirar as células-tronco para doação, e a internação não é necessária.

O receptor, por sua vez, passa por um tratamento que destrói a própria medula doente, e depois recebe o transplante como se fosse uma transfusão de sangue. As células doadas se instalam na medula óssea do repecptor e lá se proliferam, até a recuperação dessa medula.

Quais são os riscos envolvidos no transplante?

Para o receptor, os principais riscos são infecções, efeitos colaterais dos quimioterápicos utilizados no processo e rejeição da medula recebida (o que é raro, no caso do transplante de medula).

Para o doador os riscos são bem menores. Pode ocorrer dor no local da coleta do material, fraqueza e dor de cabeça, normalmente controlados com medicamentos. A medula doada é recuperada totalmente dentro de poucas semanas.

Referências bibliográficas

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