O herpes-zóster é uma doença causada pela reativação do vírus varicela-zóster (VVZ), o mesmo responsável pela catapora, também conhecido como varicela ou cobreiro. Se a pessoa já tiver sido contaminada pela catapora, esse vírus pode ficar latente nos gânglios nervosos — ou seja, fica adormecido — e pode ser reativado anos ou décadas depois, principalmente em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido, surgindo assim os sintomas da doença.
É muito comum o vírus ficar latente no corpo por toda a vida e não apresentar a doença herpes-zóster. O risco desse vírus ser reativado aumenta com a idade e em indivíduos imunocomprometidos (pessoas com condições crônicas, como HIV, diabetes, hipertensão, câncer, transplantados e uso de imunossupressores).
Sintomas
O quadro geralmente inicia com formigamento, dor ou sensação de queimação em uma região específica do corpo, seguindo o trajeto de um nervo. Poucos dias depois, surgem as lesões de pele, que aparecem em formato de faixa unilateral — onde a dor estava presente, seguindo o trajeto do nervo — geralmente no tronco, rosto ou pescoço.
Principais manifestações:
- Dor localizada intensa nos nervos com sensação de agulhada;
- Formigamento;
- Coceira;
- Pequenas bolhas cheias de líquido claro ou amarelado, que evoluem para crostas ao se romperem;
- Dor de cabeça;
- Febre baixa;
- Mal-estar;
- Cansaço.
Complicações:
- Neuralgia pós-herpética (NPH): dor persistente por semanas ou meses após a cicatrização das lesões, mais comum em idosos;
- Comprometimento do equilíbrio entre fala, deglutição e movimento ocular, mãos, pernas e dedos das mão;
- Infecções secundárias da pele;
- Baixa quantidade de plaquetas;
- Infecção fetal em gestantes;
- Varicela disseminada ou hemorrágica.
Como prevenir?
A vacina da varicela e a vacina tetraviral previnem a infecção inicial causada pelo vírus, ou seja previne a catapora, aplicadas tanto pela rede pública, como pela rede privada — as doses na rede pública são aplicadas aos 15 meses e 4 anos, enquanto na rede privada são aplicadas aos 12 e 15 meses. Com a prevenção dessa infecção inicial, o vírus não fica latente no corpo, pois a infecção é evitada, dessa maneira não ocorre a reativação e o surgimento do herpes-zóster.
Além disso, é importante garantir a higiene das mãos, evitando contato com as lesões e contaminação para outras pessoas. Embora saiba-se que o vírus é transmitido por contato direto e também por secreção do trato respiratório (aerossóis), essa é uma maneira de reduzir a transmissão da doença.
Pessoas que já tiveram catapora na infância podem desenvolver o herpes-zóster e por isso, existem outras vacinas no Brasil haver-se privada que podem prevenir a condição. Atualmente, existem duas vacinas contra o herpes-zóster:
- Vacina viva atenuada (Zostavax® – MSD):
- Dose única.
- Menor eficácia em idosos acima de 70 anos.
- Indicada a partir de 50 anos;
- Não deve ser usada em imunocomprometidos.
- Vacina recombinante inativada (Shingrix® – GSK):
- Esquema de 2 doses;
- Maior eficácia;
- Indicada a partir de 50 anos;
- Pode ser utilizada a partir de 18 anos, para pessoas imunocomprometidos, ou seja, com risco aumentado de herpes-zóster.
Até o momento, ainda não há disponibilidade dessas vacinas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), entretanto, o Ministério da Saúde abriu consulta pública para avaliar sua incorporação em idosos a partir de 80 anos e em imunocomprometidos a partir de 18 anos.
O herpes-zóster é uma condição que pode trazer dor intensa e complicações sérias, especialmente em idosos, por isso, é importante conhecer os seus sintomas Ademais, a expansão da vacina e disponibilidade pelo SUS para pessoas com maior risco representa um grande avanço para a saúde pública no Brasil.