O principal rastreio agora será a pesquisa de HPV.
Para que serve o exame preventivo?
A intenção do exame que chamamos de preventivo é detectar precocemente o câncer de colo uterino.
Esse câncer é o terceiro tipo mais diagnosticado em mulheres no Brasil. Na maioria das vezes o diagnóstico só ocorre em estágios mais avançados, o que diminui bastante as chances de cura.
Por isso, fazemos o rastreio para essa doença: para que pessoas que não têm nenhum sintoma consigam diagnosticar as condições que aumentam seu risco de câncer antes mesmo de ele se instalar e causar danos.
Como era o rastreio antes?
O protocolo antigo era baseado na análise citológica das células do colo do útero que eram obtidas através de uma leve “raspagem” na região, que fica no fundo da vagina.
Ou seja, o material colhido em consulta era enviado para o laboratório, onde o médico patologista fazia a análise das células com a ajuda de um microscópio. Esse tipo de análise ainda pode ser necessária, porém não é mais o primeiro passo do rastreio.
A coleta era indicada pelo Ministério da Saúde dos 25 aos 65 anos para aquelas mulheres que já tiveram relação sexual. As duas primeiras coletas deveriam ter o intervalo de 1 ano e, se os exames fossem normais, as próximas seriam realizadas a cada 3 anos. Em alguns casos específicos, o intervalo poderia ser diferente.
Como é agora?
No protocolo publicado em 2025, a primeira análise não será mais baseada na análise das células, mas na detecção do vírus HPV no colo, especialmente os tipos classificados como de alto risco. Esse vírus é o responsável por causar a grande maioria dos cânceres de colo uterino.
O objetivo agora é detectar as mulheres expostas aos vírus de maior risco de câncer antes mesmo que elas desenvolvam as alterações que eram buscadas ao microscópio.
A forma de coleta continuará a mesma de antes: na posição ginecológica é identificado o colo do útero com a ajuda do espéculo (também conhecido como “bico de pato”) e serão obtidas a secreção juntamente com as células do colo.
Há, ainda, a possibilidade de autocoleta, onde a própria mulher colocará a escova coletora no canal vaginal para colher a secreção e a entregará para análise. A vantagem dessa estratégia é a facilidade e a comodidade, e a desvantagem é que, em caso de alteração, o exame citológico (como o rastreio antigo) precisará ser coletado por um profissional para prosseguir a investigação.
Quando a coleta é realizada por um profissional de saúde, a análise realizada em caso de alteração já é automaticamente feita pelo laboratório.
A faixa etária recomendada para rastreio com pesquisa de DNA-HPV passará a ser dos 25 aos 60 anos para aquelas mulheres que já tiveram relação sexual. Se a mulher, após os 60 anos, não tiver rastreio normal, o exame deve ser realizado.
O intervalo recomendado entre as coletas é de 5 anos, se não houver detecção de HPV de alto risco.
Em alguns casos como, por exemplo, de pessoas que vivem com HIV, a periodicidade dos testes é diferente.
Toda mudança leva um tempo para ser aplicada. Por isso, alguns lugares ainda não implementaram essa atualização.
Caso você não tenha ainda como aderir ao rastreio atualizado, não se preocupe.
Continue realizando seu preventivo tradicional até a novidade chegar até você. O importante é não deixar de se cuidar!
							


