Conheça os sinais da depressão pós-parto e saiba quando é necessário pedir ajuda
O que é o puerpério
Chamamos de puerpério o período que vai até 45 a 60 dias dias após o parto. Esse momento é marcado por muitas transformações físicas e psicológicas, por novas rotinas e responsabilidades. Todas essas mudanças podem provocar alterações no estado emocional da mulher, que se beneficia muito de uma rede de apoio disponível.
O que é a depressão pós-parto
A depressão pós-parto pode surgir até 1 ano após o parto, mas é mais frequente nos primeiros meses e dura mais de duas semanas. Existem casos com início ainda durante a gestação.
Os sintomas se assemelham aos da depressão que ocorre em outras fases da vida: tristeza intensa e persistente, falta de interesse nas atividades diárias, como tomar banho, pentear o cabelo ou escovar os dentes, fadiga extrema a ponto de não conseguir levantar da cama por horas, sono excessivo ou dificuldade de dormir mesmo quando o bebê está dormindo, perda de apetite ou compulsão alimentar, sentimentos de culpa ou de inutilidade, dificuldade em estabelecer vínculo com o bebê. Pode haver, ainda, pensamentos de suicídio.
Existe uma forma mais grave: a chamada psicose pós-parto. Nesse caso, pode haver alucinações, pensamentos confusos e desorganizados, pensamentos delirantes e irreais, muitas vezes envolvendo o bebê, desconexão com o bebê e com as pessoas ao redor, vontade extrema de fazer mal a si mesma, ao bebê ou à outra pessoa.
Quais situações aumentam o risco de desenvolver depressão pós-parto?
Pessoas com história de depressão antes ou durante a gestação apresentam risco maior de depressão pós-parto, assim como aquelas que já tiveram depressão pós-parto relacionado à outra gestação. Nesses casos, é importante relatar o histórico à sua equipe de saúde e ao seu obstetra.
Outras situações que podem aumentar o risco são: momento de vida estressante como conflitos no relacionamento, suporte financeiro escasso, ansiedade, idade abaixo de 25 anos, violência doméstica, história familiar de depressão pós-parto próxima, má aceitação da gravidez.
Toda tristeza após o parto é depressão?
Não. É bastante comum apresentar, após o parto, o que chamamos de baby blues: uma tristeza relacionada às mudanças hormonais bruscas que ocorrem nesse período, à privação de sono e à adaptação a uma nova rotina.
Apesar de haver tristeza nas duas situações, os sintomas do baby blues, embora sejam desconfortáveis, são menos intensos que os da depressão pós-parto e não chegam a tirar a capacidade de manter as atividades diárias, como o cuidado com a higiene pessoal e do bebê, o que pode acontecer na depressão pós-parto.
No baby blues pode ocorrer tristeza passageira, choro fácil, irritabilidade, ansiedade, dificuldade de dormir e sensação de sobrecarga. O mais comum é que esses sintomas apareçam entre o segundo e o quinto dias após o parto e durem, no máximo, 2 semanas.
Como é o tratamento da depressão pós-parto?
O tratamento da depressão pós-parto inclui psicoterapia e, em muitos casos, medicamentos antidepressivos. É importante ressaltar que alguns antidepressivos podem ser utilizados durante a amamentação e podem ser um recurso excelente no tratamento.
Para o sucesso do tratamento, o apoio familiar ou da rede de apoio são de grande ajuda. Nesse momento, a mulher precisará de apoio emocional, além de ajuda com as tarefas que envolvam o autocuidado e os cuidados com o bebê.
Casos mais graves podem precisar de internação hospitalar, mas não são maioria. A necessidade de intervenção imediata costuma ser maior nos casos de psicose puerperal, que têm, mais frequentemente, a necessidade de tratamento hospitalar.
É possível prevenir a depressão pós-parto?
Algumas medidas podem ajudar a prevenir a depressão pós-parto desde a gravidez, como: tentar manter um sono de qualidade, ter uma alimentação saudável, praticar atividade física, reservar algum tempo para atividades prazerosas, evitar se isolar socialmente, evitar consumir substâncias como cafeína, álcool e drogas.
É fato que, com um novo bebê na rotina, esses cuidados facilmente são deixados de lado. Entretanto, é de extrema importância pedir ajuda ao seu parceiro ou parceira, família, amigos ou prestador de serviços para conseguir manter o autocuidado.
Você não está sozinha. Caso comece a sentir sintomas que podem ser depressão pós-parto, procure seu obstetra o quanto antes para ser avaliada e orientada.